quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013



LIBÉLULA E A FLOR
Jonas Caeiro





Á flor, lamúrias do tempo perdido
Voa sempre do coração quebrado e maltratado
De asas de espinhos e ouro, á flor presente,
Que, quanto, sobrevivo, queima e marca;

Unicamente a libélula... Que vive reluzente,
Ao ritmo teimoso lhe brilha no céu,
Fina atira, ou chama? Para implorar,
Foge dolorido, toda vez me ama

Á flor... Que nega minha frase levada até ela
Fugiu: agitas e branca névoa
Da cor desigual de já conheci um dia,
Refletindo na rua do desespero em mim.

Como percebe, á flor e a libélula voam ali
Que profundo sentimento encontrado, com a beleza,
É atacada pelo o sensível escrito com brilho,
Na linha do meu sentimento que me alimenta.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


 A FLOR DO POETA

Jonas Caeiro






Ganhe deste poeta, minha pobreza
Que, padeceu intimamente, é persistente
Das pétalas fantasiadas que sonho contigo,
Ardendo na falha dos lábios, sabidamente...

Mais desço a irá, esperando a ilha,
Aquela surpresa que, então, alegre
Todo espinho, quando solta na febre,
Na abrasadora flor no amor, um beijo de sabor...

Mas, a espera paixão, não deixa nascer,
Nem bater a saudade ou pesar em ambição;
Queira flor, os apelos, os atropelos,
Que vão além do teu distraído...

E acolha igualmente, sem desculpas, deste amor
Que somente jura, intensamente que escreve,
Enquanto voa, a flor do poeta,
Caindo no colo a toda verdade abonada.





Carta Amarela
Jonas Caeiro




Uma carta para você escreve,
Neste tempo pouco em choros,
Desabando a minha tristeza,
Na queda do temporal afora.

Acordei nessa madrugada a lembrar,
Desta carta amarela,
Que a vida me fez ler,
Na pior hora esmagada.

Fui embora hoje sem avisar,
Pra você não se magoar,
Nem mesmo pensar em nós,
Na chama em despedida.

Olho pela janela aberta da vida,
O que amor que se perdeu na fera,
Quebrando a minha esperança,
No tapa do ódio forte,
Na face de minha vida.

Fui até o meu destino,
Buscar no baú da ferida.
Esta carta manchada,
Pela distância bela.

Eu li sem medo de chorar,
A linha quase sumida,
De um amor jogado,
Na margem do rio.

Fui até a sua alma pobre,
Lendo o rabisco nunca lido,
Da saudade borrada,
Neste papel em risco.

Você me dizia sem pensar,
Do amor que navegou,
No temporal cruel,
Que levou a nossa paixão.

O doce sabor do amor,
Que ataca às vezes,
O coração deste poeta,
Que aprendeu as dores,
Atirando todo o espinho.

Quando Observar a abelha,
Na dança rica dela,
Ouvindo o som de sua voz,
Vai lembrar-se de nós.

 Li e reli outra vez,
Esta carta em mãos rasgada,
Fazendo meu coração sangrar
E perder toda noção do tempo.

Aprenda também a dor,
Deste horror momento,
Em cada página da era,
Que era a nossa fera.

Seu nome ninguém saberá,
Nem querer aprender agora,
Na aventura de rios revoltos,
Carregando esta carta chorada.

Entregue a minha alegria,
Esta carta pra amada,
Que sempre lembrará,
Do amor perdido em dor.

SOU CEGO
Jonas Caeiro  




Você usa espelho de pedras,
Invés de sair do preconceito,
Ofende meu cego, honesto,
O mundo que tenho,
De restos.

Você nega cantar o dia, à tarde, a minha amiga.
Você veste calças usadas, achando tudo novo.
Tudo isso é uma besteira!
Porque minha façanha te invade,
Assinando meu nome,
Certo.

Você vende teus pertences,
Neste pobre salário;
Assim, se ilude, nesse seu mundo que te corta.
Você passa pelas linhas do tempo.
E não quer cavar teu lar novo!

Porque toda inveja cresce, pois tudo existe,
Pra se vender.
Agora sei que é engraçada, nesse carente.
Porque teus pensamentos, de semana passada,
Dançam em um bar, num bar,
De amigos.

Eu posso jogar tua vergonha, no ralo da saudade,
Deixando tudo fora do tempo,
Sem lugar, sem falar na bagunça.
Eu tenho que me achar,
Nesse mundo da morte.

Pois todos querem me matar,
Matando meus conhecimentos.
Eu tenho que sair de casa,
Dançando em ruas, nuas.
Porque alcancei,
Meus limites.

Bato bem forte, na cara da verdade.
Então provo café ansiando por de chá.
Porque o doce da vida,
Desfila no copo estragado.

Porque encerro, nesse meu, surdo problema,
Toda mão dada, pra solidão de cara.
Porque mudaram,
Todos os valores,
De gigantes.


Rasgo a cortina dos meus olhos
Jonas Caeiro




Rasgo a cortina dos meus olhos
E desvendo o grande mistério,
O amor que me levanta da cama fria,
Que me faz lutar pra encontrar a rosa.

Os meus olhos estavam pregados pelas mãos do ódio
Porque estava em fúria comigo nessa minha prisão,
Embora tenha dívidas pra pagar na mão da solidão,
Eu não quero comer o pão da miséria.

Ouça minha tristeza, eu quero viver sem prisão,
Porque conheci uma casa velha da destruição
E quero sobreviver junto com a união,
Que fez o meu coração pular de alegria.

Inquieto eu estou hoje meu amor,
Porque sofri numa tarde de fogão em brasa
E agora sofro neste dia frio sem amor,
Apelando um pouco de migalhas,
As migalhas dos teus lábios rosados.

Eu queimo em sua porta os meus poemas
Improvisando minha própria rebeldia ardida,
Porque invadir muitos anos numa fornalha,
Pagando pela teimosia da vergonha.

Por favor, conte, não erre...
Porque eu fiquei tempo demais sozinho,
E quero ser feliz com você, meu amor,
E nunca mais estar com os dias frios.
Eu prefiro calcular os meus dias ao seu lado.
Eu não quero mais viver essa tarde impaciente.

O meu amor é tudo que me acorda,
Pois paguei sentenças de ódios e fúrias,
Vivendo num mar de lágrimas,
Sempre chovendo... Sempre caindo do olhar sofrido.

O AMOR
Jonas Caeiro







O amor anda ao lado da esperança
De um coração esperado por tempo
E um dia logo encontra a paz maltratada
E perceber ter na vida a outra face

O amor pode estar ao lado de tua esquina
Acreditando a mão amiga do pegar forte
De uma flor jogada aos ventos pobres
De um assobio fraco e golpeado

O amor pode também nascer da queda
De uma pessoa distraída com a vida triste
Aguardando cair das folhas fracas de uma árvore velha
À espera do fracasso dia

O amor espera o grito do rodo antigo
Tendo como a queda apaixonada
Em uma única chance de reconhecer
A verdadeira razão do conhecer

O amor pode correr na beleza verde
Quando caem em tombo perto de você
Esperando a única voz gritante
Que te sustentará até chegar
A verdade encontrada no olhar

O amor começa no ponto inicial
Sempre contente com o final
Tendo a certeza de que vai ser brilhante
Todos os dias dos amantes valentes


Não precisa mais limpar os olhos
Jonas Caeiro




Você não entende o compreender do meu querer por você
Que me faz um assassino de corações vagantes pelas noites sombrias,
E mesmo assim não fortalece meu coração doente
Que bate pela flor amarela em distante olhar.

Eu sei que não valia muito no passado, amor.
Mas hoje são eternos desafios em frente de concretos
Porque são duros demais pra se quebrarem fáceis,
Embora tenha o único segredo nas mãos desenhado.

A destruição de um mundo você não conheceu,
O seu nome um dia saberá e depois vai chorar,
Pois esse pequeno mundo se chama amor,
Ou a dor que persegue por causa do amor!

É estranho o surgimento do bater do coração por você,
É uma linguagem que bate na realidade, na cara da verdade,
Na varanda de minha casa, meu amor.

Mas não tenho inteligência de entender
Que na cara da verdade haja o amor vivo em mim.
Embora tenha dito fortes mentiras pra você, amor;
Mesmo me matando cada segundo de frases doentias.

A perda de uma linguagem através de mentiras
Eu recitei inúmeros para você meu amor, sem fim.
Porque sou um criminoso do nosso amor sincero
Que recusa as mesmas palavras de cadáveres.

Agora longe do doce sorriso teu, meu amor.
Nós caímos num abismo do crime que me fez ser ladrão,
Pois eu roubei a verdade dentro desse pobre pensamento
Porque sentir medo do infeliz tempo.

Hoje estou preso em seu corpo rico e amarelo, meu amor.
Eu assumo toda a culpa de um passado doentio
Que hoje está sendo perseguido pelo erro fatal,
Mas tenho algo que você não reconhece, amor:
“Pensamento novo de um coração modificado.”

Saiba, amor, que não precisa mais limpar os olhos.
Porque tenho todo o raciocínio em te pegar nos braços
Como se fosse a primeira vez, no ponto daquele ônibus demorado,
E naquele lugar onde estudávamos lábios de novidades.

Quero que acorde e me olhe nos olhos cansados, amor.
Porque a minha voz só existe palavras recuperadas
Que farão o nosso novo presente em um futuro real,
Eu terei cuidado de não errar mais, meu amor!
Eu prometo, amor, levar o meu estado de ignorância pra lixo
E de lá nunca mais sair o desconforto bruto de palavras.        

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013


Deitado sempre na espinhosa flor
Jonas Caeiro







Desperta – minha ternura – chega viajar na palavra
Como ela sofre sem você!
Na pedra que nos revela a cor do choro
Transformando a folha em um livro
De lamentar pintado nesta alvorada!

Apanha – meu amor – brota renascer comigo
Por desprezível dos beijos afirmados!
Eu vou te tocar na primavera sepultada
Pra falar-te de um amor exagerado
Deitado sempre na espinhosa flor!

Calma – minha afeição – espera mostrar a beleza
Contar-te um sonho de girassol meu!
Cobiço qual apreciar esse dia arrastado
No teu cabelo transformado em ouro - 
Morrer no seu olhar medroso!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013


Caço nas ruas cegas
Jonas Caeiro



Caço nas ruas inventadas pelo medo teu,
Embora tenha nascido na saudade de um tempo de balões,
Que nascem de gritos famintos.

Exploro minhas noites cegas,
Minhas noites incertas,
Minhas noites cervas...
Procurando-te,
Chamando-te, pra chorar meus dias sem datas,
Cortejando-te em rosa de saudade,
Que nascem no calor do amor.

Embora tenha conhecido muito,
Mas muitos não me conheciam,
Vendendo lábios pretos da cor que era vermelho.

A tua boca de serpentes me mata em segundos,
Levando todos meus sonhos brutos,
Meu poema oculta, minha paz eterna.

Tiro o meu respeito de um dia ter,
Pra jogar todas minhas palavras a você,
Porque cansei de lutar, de guerrear,
De me defender, defendo assim, meu sincero.

Jorro nas ruas cegas meu lamentar,
Traçando meu destino incerto,
Cego diante da verdade contada,
Cortada pelas mãos da escuridão.


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


Sangramentos de flores
Jonas Caeiro





Aqui outro dia nascidos;
Muito lamento neste dito frito
E nesta fila de promessa escura,
Furto tudo em segundos...

Sangramentos de flores, finalizados por nós,
Transportados, banido na voz arranhada,
Girando, calando, atirando
Lembranças perdidas, afogando em sonho...

Agora só falaste! Mas poderá acordaste
Navegando, e desfilando em raios,
Alguma pessoa nascerá outra vez;
Em ternura desenhada por ti;

E sentimento romântico, tristonhos,
Espalhará, e chegará, com reais ciúmes,
Sobrevivido nessa natural jovem conhecida;
Sobre a cidade do nosso perdão!...


O Poeta e o Tempo
Jonas Caeiro





Exílio as coisas que comprei de apego
Embora saiba que não mais existiram os valores pra mim
Porque tenho gastado tanta fortuna com besteiras
Somente pra levantar uma quantidade de cosias preciosa

Gasto toda minha riqueza em busca de uma cura,
Porque estou envelhecendo fora do meu tempo,
Calçando sapatos pequenos e calças de palhaços,
Por tomar doses de violência no sangue.

Eu estou caçando todas as vacinas de salvação
Pra me sentir um pouco melhor amor
Porque sei que minha vida era alegre
E o meu rosto também era tão admirável.

Eu estou correndo contra o tempo arruinado,
Apesar de ter toda certeza do caixão,
Mas sei que sem luta tudo vai ao chão,
Por isso que não canso de comer o pão da vida.

Hoje em dia faço de mim um poeta cortês
E mostro minha obra de arte pra quem percorre,
O risco de um pedaço de papel usado,
Rabiscado na neve feia a beleza verde.

Eu guardo meu pobre violão nunca aproveitado...
E juntamente as notas conhecidas pelas mãos leves,
Tocadas pela força de um amor invejável,
Que faziam todos chorarem numa tarde de sol.

Ainda pra não me esquecer da tristeza:
Eu invento poemas gritantes,
Poemas energéticos, poemas gigantes,
Poemas de Picasso.

Apronto os livros ganhados e caros,
Lavo as mãos antes mesmo de tocar o silêncio teu,
Mesmo que goste de tanta tranquilidade,
Para um pouso de um ninho.

Pra não mais soluçar mato esse tempo
E escrevo de coração pequeno a minha triste,
Pois é o que me resta fazer nessa noite duvidosa,
Que nem chora, que nem estremece, que nem dorme.

Vou te fazer entender eu amanheço no verde de sua janela,
Lembrando que um dia foi um só numa caminhada bonita,
Que logo chegamos ao nosso leito de amor...

Eu quebro o meu orgulho precioso de anos,
Eu te falo que sou um poeta contra o tempo,
Falando sem receio como sobrevivo sem o teu amor,
Eu me declaro numa festa com balões e rojões.

Fecho na mesma estupidez e arrogância,
Porque estou cansado de minha sentença,
De minha longa prisão do horror,
De minha longe beleza do amor.



O Poeta e o Girassol
Jonas Caeiro





Fumo todas as letras amargas do tempo
Escorregando dos olhos dúvidas da vida
Que por um instante a conhecia
Mas tudo mudou, excluindo os sentimentos.

Suspiro a queda da solidão apaixonada
E lavo meu coração ardente com lágrimas,
Lágrimas clementes ao amor fraturado,
Estampado dos meus olhos pelado.

Ouço o som no andar da noite frígida
Imaginando que é você falando comigo
Ao alcance de minha vida solitária
Que hoje conhece a tristeza.

Nascem das mãos trêmulas simples verdades
Pra somente tocar em seu coração deserto
Deslocada da minha alma sem adereço
Pois sei que sinto o desastre da explosão,
Da falha de minha decisão impensável.

Preparo os dias meus abolidos agora
E decido plantar o que sinto por dentro,
Todas as cores conhecidas por mim,
Todas as sementes pequenas,
Achadas, esquecidas, dentro em um embrulho vendido.

Desculpe-me,
Por não ter pensado antes nisso, amor,
Foi um desequilíbrio infantil e distraído...  
E escolho um lado conhecido por nós,
Eu quero que te toque com a recordação da estação,
Parando, olhando... A flor colorida.

Arrasto a tua inocência conhecida, meu amor,
Para alimentar o forte, o fraco, a dor...
E com o fracasso me alimento com o pão vendido,
Envelhecido nos braços do perdão.

Crio esse estilo pra você me enxergar
É a única chance que tenho amor.
Pois planto sementes amarelas
Numa terra da vergonha
Só pra você voltar a sorrir.

Assim, creio quando acender a janela de sua alma
Verá que estará no branco do vazio.
Umas flores amarelas e alegres
Que sempre olhará o amor no céu
De tantos números brilhantes
Porque sou o poeta e você o girassol.