sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


Amor além-mundo
Jonas Caeiro






O amor pode ir além-mundo
E buscar alguém perdido.
Pelo braço da morte em desespero
Eu vi um amor assim.

Um amor perfeito e bonito
Em sofrimento, em dor,
Em busca da esperança foi até você...
Amor perfeito.

Então uma viagem, teve de fazer,
Em procura da alma gêmea
Jogada no fogo do desespero
Por causa da perda da vida.

Ela matou a esperança e a paixão,
Também matando o valor do amor
E tirou a própria vida retida,
Sem esperar a volta.

Mas por essa ela não esperava,
O amor falou mais alto,
Alguém deixado na terra
Veio resgatá-la do inferno.

Viajou em um barco do terror
Com um estranho que dava medo
E usava uma roupa preta
E possuía uma arma afiada.

Com o pensamento em você
Ele foi até o fim da viagem
Em busca da esperança e do amor,
Sem medo de morrer,
Pois não existe morte pior
Do que do amor.

Chegando ao lugar preferido,
Encontro dificuldades imensas,
Mas luto para chegar até você
E levar você para o paraíso dele.

Quando ele chegou perto de você,
Você não o reconheceu,
Ficou assustada com a pessoa
Em sua frente e correu fugida
Esquecida do amor que tivera. 

E, mesmo assim, ele não desistiu de fazê-la lembrar
Do perfeito amor existente entre corações,
Fez de tudo para recordar como eram felizes no paraíso,
Pois o lugar dela é do lado dele no paraíso
E não no inferno ardente com essa gente sofrida.

Falou que não tinha muito tempo
O barco estava esperando os dois
E não pudera demorar muito
E tinha de levá-la com ele.
  
Ficou lá tempo demais, a conversar,
Até que ela não lembrava mais,
Então a pegou com força
E pediu para ela lutar contra o esquecimento
E enxergar a verdadeira vida
E o verdadeiro amor esquecido.

Já cansado de tanto improviso,
Desistindo de lutar contra o medo dela,
Vendo que não ia mais vencer
A escuridão dos pesadelos dela.
Ele logo parou e chorou
Em sua frente e decidiu ficar
Ao seu lado mesmo sem tocá-la.

Na última esperança, olhou nos olhos dela
Com lágrimas cansadas de tantas tentativas,
E nada de relembrar,
Fez então a última escolha,
Pegando-a nas mãos,
Apertando-as com toda força restante.

Se você não recordar, eu vou ficar
Nesse sombrio lugar,
E com você eu vou morar
Mesmo nesse lugar que há só morte,
Nada de vida e sem sorte.

Ela, pela a primeira vez, olhou direto nos olhos
E sorriu fazendo a sua face mudar de vez
E querer lutar contra aquela força que não destrói,
Que tanto não deixava viver com ela.

O amor estava vivo dentro do coração dela,
Ele percebeu o sacrifício de sua luta
E abraçou com toda força fraca
Por ter tanto lutado por ela
E a levou com presa ao barco,
Navegando até o paraíso esperado
Com o sorriso em sua face
Por saber que o amor vence
Todo o obstáculo também à morte procurada,
E devemos sempre acreditar no amor
E ter fé, esperança e amor.


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