segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013


Caço nas ruas cegas
Jonas Caeiro



Caço nas ruas inventadas pelo medo teu,
Embora tenha nascido na saudade de um tempo de balões,
Que nascem de gritos famintos.

Exploro minhas noites cegas,
Minhas noites incertas,
Minhas noites cervas...
Procurando-te,
Chamando-te, pra chorar meus dias sem datas,
Cortejando-te em rosa de saudade,
Que nascem no calor do amor.

Embora tenha conhecido muito,
Mas muitos não me conheciam,
Vendendo lábios pretos da cor que era vermelho.

A tua boca de serpentes me mata em segundos,
Levando todos meus sonhos brutos,
Meu poema oculta, minha paz eterna.

Tiro o meu respeito de um dia ter,
Pra jogar todas minhas palavras a você,
Porque cansei de lutar, de guerrear,
De me defender, defendo assim, meu sincero.

Jorro nas ruas cegas meu lamentar,
Traçando meu destino incerto,
Cego diante da verdade contada,
Cortada pelas mãos da escuridão.


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