quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


Carta Amarela
Jonas Caeiro




Uma carta para você escreve,
Neste tempo pouco em choros,
Desabando a minha tristeza,
Na queda do temporal afora.

Acordei nessa madrugada a lembrar,
Desta carta amarela,
Que a vida me fez ler,
Na pior hora esmagada.

Fui embora hoje sem avisar,
Pra você não se magoar,
Nem mesmo pensar em nós,
Na chama em despedida.

Olho pela janela aberta da vida,
O que amor que se perdeu na fera,
Quebrando a minha esperança,
No tapa do ódio forte,
Na face de minha vida.

Fui até o meu destino,
Buscar no baú da ferida.
Esta carta manchada,
Pela distância bela.

Eu li sem medo de chorar,
A linha quase sumida,
De um amor jogado,
Na margem do rio.

Fui até a sua alma pobre,
Lendo o rabisco nunca lido,
Da saudade borrada,
Neste papel em risco.

Você me dizia sem pensar,
Do amor que navegou,
No temporal cruel,
Que levou a nossa paixão.

O doce sabor do amor,
Que ataca às vezes,
O coração deste poeta,
Que aprendeu as dores,
Atirando todo o espinho.

Quando Observar a abelha,
Na dança rica dela,
Ouvindo o som de sua voz,
Vai lembrar-se de nós.

 Li e reli outra vez,
Esta carta em mãos rasgada,
Fazendo meu coração sangrar
E perder toda noção do tempo.

Aprenda também a dor,
Deste horror momento,
Em cada página da era,
Que era a nossa fera.

Seu nome ninguém saberá,
Nem querer aprender agora,
Na aventura de rios revoltos,
Carregando esta carta chorada.

Entregue a minha alegria,
Esta carta pra amada,
Que sempre lembrará,
Do amor perdido em dor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário