Faísca dos teus olhos
Jonas Caeiro
Faísca dos teus olhos
eu vi, amor,
E caíram certezas
minhas, minha flor...
Só assim tirei dúvidas,
De poeiras, de razoes,
de confusões.
Quis saber por que me
negava no leito,
Embora tenha os lábios
finos e bem desenhados,
Sendo uma porta ao
conhecer do amor,
O amor que vi em teu
olhar sincero.
As luzes apareceram
quando toquei os seus lábios
E me vi nascer a mais
bela vida
Que os poetas descrevem
nos poemas
Acordando os mortais
sobre a paixão.
Entro em tua vida sem ser
educado,
Pois o amor não tem
vergonha
E precisa logo se
declarar,
Mesmo por palavras de
poemas
Ou por falar como voz
gritante
Toda a sentimentalidade.
A dor revelada numa
pequena parede
Quando fui obrigado
marcar o amor,
Escrevendo um poema
sentimental
Que fala de nós numa
jornada proibida.
Eu pouso de poeta, não
me preocupando,
Se um dia vou parar de
criar rimas
Porque sou o pai de
minha emoção,
A força das letras
choradas ao coração.
Eu tombo, às vezes, em
obstáculos invisíveis.
Pois são bem colocados
pra me matar,
Embora não consiga me
ver fiel,
Levando rimas em cada
poema.
Eu sou tudo que se faz
belo:
A pintura para minha
musa proibida,
A letra de músicas que
não ouve na hora certa,
A voz que canto e não sai
na hora da dor.
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