sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


Faísca dos teus olhos
Jonas Caeiro




Faísca dos teus olhos eu vi, amor,
E caíram certezas minhas, minha flor...
Só assim tirei dúvidas,
De poeiras, de razoes, de confusões.

Quis saber por que me negava no leito,
Embora tenha os lábios finos e bem desenhados,
Sendo uma porta ao conhecer do amor,
O amor que vi em teu olhar sincero.

As luzes apareceram quando toquei os seus lábios
E me vi nascer a mais bela vida
Que os poetas descrevem nos poemas
Acordando os mortais sobre a paixão.

Entro em tua vida sem ser educado,
Pois o amor não tem vergonha
E precisa logo se declarar,
Mesmo por palavras de poemas
Ou por falar como voz gritante
Toda a sentimentalidade.

A dor revelada numa pequena parede
Quando fui obrigado marcar o amor,
Escrevendo um poema sentimental
Que fala de nós numa jornada proibida.

Eu pouso de poeta, não me preocupando,
Se um dia vou parar de criar rimas
Porque sou o pai de minha emoção,
A força das letras choradas ao coração.

Eu tombo, às vezes, em obstáculos invisíveis.
Pois são bem colocados pra me matar,
Embora não consiga me ver fiel,
Levando rimas em cada poema.

Eu sou tudo que se faz belo:
A pintura para minha musa proibida,
A letra de músicas que não ouve na hora certa,
A voz que canto e não sai na hora da dor. 

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