quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


Não precisa mais limpar os olhos
Jonas Caeiro




Você não entende o compreender do meu querer por você
Que me faz um assassino de corações vagantes pelas noites sombrias,
E mesmo assim não fortalece meu coração doente
Que bate pela flor amarela em distante olhar.

Eu sei que não valia muito no passado, amor.
Mas hoje são eternos desafios em frente de concretos
Porque são duros demais pra se quebrarem fáceis,
Embora tenha o único segredo nas mãos desenhado.

A destruição de um mundo você não conheceu,
O seu nome um dia saberá e depois vai chorar,
Pois esse pequeno mundo se chama amor,
Ou a dor que persegue por causa do amor!

É estranho o surgimento do bater do coração por você,
É uma linguagem que bate na realidade, na cara da verdade,
Na varanda de minha casa, meu amor.

Mas não tenho inteligência de entender
Que na cara da verdade haja o amor vivo em mim.
Embora tenha dito fortes mentiras pra você, amor;
Mesmo me matando cada segundo de frases doentias.

A perda de uma linguagem através de mentiras
Eu recitei inúmeros para você meu amor, sem fim.
Porque sou um criminoso do nosso amor sincero
Que recusa as mesmas palavras de cadáveres.

Agora longe do doce sorriso teu, meu amor.
Nós caímos num abismo do crime que me fez ser ladrão,
Pois eu roubei a verdade dentro desse pobre pensamento
Porque sentir medo do infeliz tempo.

Hoje estou preso em seu corpo rico e amarelo, meu amor.
Eu assumo toda a culpa de um passado doentio
Que hoje está sendo perseguido pelo erro fatal,
Mas tenho algo que você não reconhece, amor:
“Pensamento novo de um coração modificado.”

Saiba, amor, que não precisa mais limpar os olhos.
Porque tenho todo o raciocínio em te pegar nos braços
Como se fosse a primeira vez, no ponto daquele ônibus demorado,
E naquele lugar onde estudávamos lábios de novidades.

Quero que acorde e me olhe nos olhos cansados, amor.
Porque a minha voz só existe palavras recuperadas
Que farão o nosso novo presente em um futuro real,
Eu terei cuidado de não errar mais, meu amor!
Eu prometo, amor, levar o meu estado de ignorância pra lixo
E de lá nunca mais sair o desconforto bruto de palavras.        

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