sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


Rasgo a cortina dos meus olhos
Jonas Caeiro




Rasgo a cortina dos meus olhos
E desvendo o grande mistério,
O amor que me levanta da cama fria,
Que me faz lutar pra encontrar a rosa.

Os meus olhos estavam pregados pelas mãos do ódio
Porque estava em fúria comigo nessa minha prisão,
Embora tenha dívidas pra pagar na mão da solidão,
Eu não quero comer o pão da miséria.

Ouça minha tristeza, eu quero viver sem prisão,
Porque conheci uma casa velha da destruição
E quero sobreviver junto com a união,
Que fez o meu coração pular de alegria.

Inquieto eu estou hoje meu amor,
Porque sofri numa tarde de fogão em brasa
E agora sofro neste dia frio sem amor,
Apelando um pouco de migalhas,
As migalhas dos teus lábios rosados.

Eu queimo em sua porta os meus poemas
Improvisando minha própria rebeldia ardida,
Porque invadir muitos anos numa fornalha,
Pagando pela teimosia da vergonha.

Por favor, conte, não erre...
Porque eu fiquei tempo demais sozinho,
E quero ser feliz com você, meu amor,
E nunca mais estar com os dias frios.
Eu prefiro calcular os meus dias ao seu lado.
Eu não quero mais viver essa tarde impaciente.

O meu amor é tudo que me acorda,
Pois paguei sentenças de ódios e fúrias,
Vivendo num mar de lágrimas,
Sempre chovendo... Caindo do olhar sofrido.

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