quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


SOU CEGO
Jonas Caeiro  




Você usa espelho de pedras,
Invés de sair do preconceito,
Ofende meu cego, honesto,
O mundo que tenho,
De restos.

Você nega cantar o dia, à tarde, a minha amiga.
Você veste calças usadas, achando tudo novo.
Tudo isso é uma besteira!
Porque minha façanha te invade,
Assinando meu nome,
Certo.

Você vende teus pertences,
Neste pobre salário;
Assim, se ilude, nesse seu mundo que te corta.
Você passa pelas linhas do tempo.
E não quer cavar teu lar novo!

Porque toda inveja cresce, pois tudo existe,
Pra se vender.
Agora sei que é engraçada, nesse carente.
Porque teus pensamentos, de semana passada,
Dançam em um bar, num bar,
De amigos.

Eu posso jogar tua vergonha, no ralo da saudade,
Deixando tudo fora do tempo,
Sem lugar, sem falar na bagunça.
Eu tenho que me achar,
Nesse mundo da morte.

Pois todos querem me matar,
Matando meus conhecimentos.
Eu tenho que sair de casa,
Dançando em ruas, nuas.
Porque alcancei,
Meus limites.

Bato bem forte, na cara da verdade.
Então provo café ansiando por de chá.
Porque o doce da vida,
Desfila no copo estragado.

Porque encerro, nesse meu, surdo problema,
Toda mão dada, pra solidão de cara.
Porque mudaram,
Todos os valores,
De gigantes.

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